Caros colegas, Estamos na recta final do ano 2023! Um ano marcado pela nomeação de uma nova direcção na nossa instituição, e pelo início de um ciclo de reformas com vista a melhoria do ambiente científico e de trabalho. Das reformas implementadas, destaque vai para a aprovação do novo estatuto orgânico do INS, que estabelece novas unidades orgânicas dentro do INS; o revigoramento dos programas científicos para que sejam mais produtivos e ganhem mais relevância na instituição. Este ano iniciamos com sucesso, do ponto de vista de novos financiamentos para projectos institucionais. Com satisfação, a par das reformas implementadas, no presente ano, o Instituto Nacional de Saúde levou a cabo o desenvolvimento de destacáveis actividades a partir das quatros vertentes técnico-científicas sinergéticas, nomeadamente, pesquisa em saúde; observação em saúde, referenciamento laboratorial; formação e comunicação em saúde. Na área de pesquisa científica, destaque vai a aprovação, pela Assembleia da República, da lei de investigação científica em seres humanos, bem como a divulgação e publicação em revistas renomadas de inúmeros resultados de pesquisa científica da autoria dos nossos investigadores. Na componente da vigilância em saúde, houve necessidade de se dar resposta ao surto da cólera, que afectou, sobretudo, as províncias do Niassa, Nampula, Tete e Zambézia, esta última agravada pela ocorrência do Ciclone Freddy, que destruiu diversas infra-estruturas de saúde e saneamento e de habitação. O empenho abnegado da nossa equipa foi crucial para o controlo deste surto, sobretudo ao nível do distrito de Quelimane, bem assim a eliminação de novos focos em outras províncias. Ainda em relação a nossa resposta a emergências de saúde pública, as actividades de vigilância abrangeram, a monitoria da possível ameaça do vírus MonkeyPox e do Marburg, bem como da COVID-19. Apesar dos sucessos obtidos nesta componente, sentimos que precisamos nos organizar e preparar melhor as nossas acções de resposta a emergências de saúde pública, pois vieram para ficar. Na área laboratorial, destaque vai para expansão da nossa capacidade, com a inauguração do Laboratório de Saúde Pública de Niassa e a introdução de novas tecnologias de diagnóstico. Este constitui um marco digno de realce quanto à descentralização do diagnóstico laboratorial, o que vai flexibilizar o nosso tempo de resposta a surtos. No domínio da Formação e Comunicação, importa destacar a implementação do Programa pós-graduação em Sistemas de Saúde para Moçambique, destinado a profissionais de saúde que actuam no sistema nacional de saúde. Este programa é fruto da consolidada parceria entre o INS e a Fundação Oswaldo Cruz, bem como outras instituições de ensino superior nacionais. Igualmente, este ano organizamos importantes eventos científicos, com destaque para as conferencia InterEst, a conferência Internacional de Peritos sobre o uso de Plataforma para Vigilância em Saúde – LEAPS, a II conferência Científica do Programa de Formação em Epidemiologia de Campo em Moçambique, a II conferência sobre o Impacto das Mudanças Climáticas na Saúde. Organizamos a reunião do Comité Directivo da Global Task Force de controlo da Cólera, a Reunião da Rede de Institutos Nacionais de Saúde da CPLP, a Reunião sobre o Grand Challenges para os PALOP’s, 5ª Reunião do Comité Consultivo Técnico Regional do CDC África para região da África Austral, as III Jornadas de saúde da região Norte, entre outros eventos que mostraram e destacaram o papel que a nossa instituição tem desenvolvido na pesquisa científica em saúde. Com a realização destes eventos, damos o nosso incentivo à utilização da evidência científica no processo de formulação de políticas públicas e tomada de decisão na área de saúde. Estas e outras realizações são resultantes da inestimável contribuição de cada funcionário e colaborador do INS, que vezes sem conta e em situação adversa fez o seu melhor, de forma que nos tornemos uma instituição de saúde pública de referência a nível nacional, regional e internacional. A cada um de vós endereço, portanto, o meu cordial agradecimento. Persistem desafios, sobre os quais precisamos nos focar em 2024, nomeadamente na área dos recursos humanos e gestão de pessoas. Temos que fazer reformas urgentes para evitar a saída de técnicos, investindo mais no desenvolvimento de carreiras. Precisamos continuar com as reformas nos programas científicos, foco na sustentabilidade da instituição e melhorar a coesão interna. Em 2024, o meu apelo é que continuemos a responder com avidez, afinco e engenho que nos é característico os desafios tendo em consideração as actuais prioridades de saúde pública emergentes. Para concluir, quero desejar a todos vós e vossas famílias, festas felizes e um próspero ano novo.